segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

AGRADECIMENTO,AGRADECIMENTO ;)


Esse post é um agradecimento a todos vocês que acessam meu blog e, sobretudo aos que acreditaram em mim. No que escrevo.

Desejo de todo o meu coração que vocês tenham um ótimo Natal e um próspero ano novo. Quero que tudo que vocês sonharem e desejarem do fundo do peito se torne real.

Quero também que amem não apenas nessa data, mas todos os dias e todos os momentos. Precisamos de seres com amor no coração nesse mundo alienado em que vivemos.

A cada comentário que você leitores deixavam no blog, me marcavam enormemente de alguma forma fazendo que me incentivasse a continuar a escrever e não ligar para as críticas degradativas.

E em 2013 estaremos aí para o que der e vier.

 

                                BEIJOS E ABRAÇOS!!!!

 

 

                                  BY RAFFAEL PETTER

domingo, 23 de dezembro de 2012

O ANJO CAÍDO (1ª Temp.) Cap.9





9.Do sacrifício e da volta de Lúcifer.
 Quando reabro os olhos (que havia fechado, por um momento achando, que vivia um pesadelo que se tornara real) percebi que havia algo de diferente.
Talvez fossem aquelas linhas de aflição que se desenharam no cenho de Belzebu que conversava baixinho com um de seus capachos a frente da lareira, dando ao grande salão um sinistro espetáculo de sombras. Logo, após do empregado deixar seu chefe, por curiosidade Rubie se aproxima dele. Ele lhe despeja algumas palavras no ouvido, que me lhe eram completamente inteligíveis.
Mas percebi algo de tenso nos dois. Rubie aproxima-se do anjo e permaneci ao lado dele como um cão fiel fica a espera da chegada de seu dono. E quanto ao Belzebu ele se aproximara de mim dizendo-me o seguinte:
 --Bom, teremos de acelerar um pouco as coisas Rúbia... Há um séquito de arcanjos aí fora, se aproximando a cada segundo... Apesar de que eu creio que eles não conseguirão passar pela muralha de condenados...
--Se eu fosse você não teria tanta certeza assim... Arcanjos são os seres mais fortes que existem...
Após de dizer esta palavra ele desfere uma bofetada em meu roto. Meu corpo todo treme de raiva. Pude sentir minha cabeça avermelhando e esquentando ao mesmo tempo como se fosse um verdadeiro termômetro posto em brasa.
Ele me segura pelo rosto com uma de suas manzorras de gigante. E diz:
--Nada irá estragar meus planos...
Senti o seu bafo de enxofre. Bafejava ódio puríssimo.
Para irritá-lo, ainda mais, digo:
--Sinto lhe dizer que esse seu planinho de unir com Rubie não vai dar certo... Vocês serão mortos pelos arcanjos...
--E você morrerá agora... —disse ele erguendo-se.
No mesmo instante, os braços que me prendiam soltam-me retornando aos ao chão. Eles produziam um som oco de ossos em atrito.
Levanto-me do chão.
Vejo Belzebu se aproximando com as suas botas de couro pretas ruidosas arranhando o assoalho negro. Brincava de ficar jogando a adaga de uma mão para outra. Qual reluzia com a escassa luz vinda da lareira. Os pequeninos rubis ali incrustados pareciam olhos lustrosos de aranhas famintas, prontas para atacar.
Estava ferrada.
                                  ***
Eles surgiam de todas as partes e lugares. Primeiro vimos nascer seus braços, cabeças até que seus corpos caindo aos pedaços houvesse deixando totalmente o chão. Caminhavam vagarosamente grunhindo através daquelas bocas murchas que lhe fazia companhia com os olhos em covas e o nariz em fenda.
O pior de tudo era aquele cheiro de carne podre vindo deles. Era um cheiro de remexer pó estomago. Até mesmo para nós que éramos arcanjos.
Nossas espadas reluziam em reação e em alerta de perigo próximo. Empunhávamos as espadas, preparados, para atacar a qualquer momento. Eu havia ordenado que quem fosse o primeiro a atacar seria Uriel.
Uriel tão prontamente distende suas asas e parte na direção de um grupo de condenados que se formava. Sobrevoando o grupo de condenados ele decidi uma investida com sua espada. Golpeava forte e insistentemente algumas das criaturas infernais. Quais eram imediatamente dilaceradas pela espada respingando sangue nas paredes. Uriel lutava com total brutaleza de um arcanjo em guerra.
Em poucos minutos aquele bando não existia mais. Porém, aquelas criaturas retornavam como se não houvessem sofrido nenhum golpe.
--Rafael, não há um meio de acabar com eles de uma vez por todas?—interrogo meu irmão que estava ao meu lado.
--Sim. Há. Lembra-se daquela batalha depois que Lúcifer caíra?Na qual enfrentamos tais tipos de criaturas? E quase perdemos?
--Sim, lembro-me... —disse eu recordando.
--Pois, então para não sermos aniquilados usamos uma espécie encantamento. Mas para realizá-lo precisamos atraí-los para um lugar aberto... —explicou ele.
Chamo por Uriel que suava as bicas. E explico o plano a eles:
-- Rafael, disse que para derrotamos eles será preciso um lugar vasto, então para isso os atrairemos lá pra fora, no jardim.
Encabeço o grupo que me seguia atrás. Voamos a toda velocidade. Olhos por cima de meus ombros e vejo aquela massa lenta e malcheirosa que marchava em nossa direção.
Atravessamos a porta e nos dirigimos ao jardim. Nossas asas ruflavam bravamente mantendo-nos acima do solo. Formávamos um círculo.
As criaturas desembestadas saíram aos montes em nossa busca. Em instantes o jardim estava forrado por aqueles seres do inferno. Urravam desesperadamente, golpeando o ara embalde, pois a distancia em que estávamos, era impossível nos atingir.
--E agora Rafael?—pergunto querendo saber qual seria o nosso próximo passo.
-- ERGAM, IRMÃOS, VOSSAS ESPADAS AO CÉU— brada ele, fazendo com que todos, inclusive eu bradasse a espada em direção ao firmamento escuro cheio de nuvens—E REPITAM O QUE EU DIZER E AJAM COMO EU AGIR...
O céu começou a escurecer. O vento soprava violentamente.
                               ***
Uma mulher de nome Rubie estava ao meu lado. Vez em quando eu a fitava. E ela também o fazia. Tinha os olhos brilhantes que chamejavam de contentamento. Ela olhava na direção da outra que me seqüestrara (eu tinha certeza disso) com um jubilo contido.
Tinha estampado na cara o prazer de ver a outra agonizar.
De repente, a concha começa a vibrar desesperadamente em meu bolso.  
Algo estava prestes a acontecer. Algo de que eu não iria gostar nadinha.
                                     ***
--Vamos, coragem Rúbia! Prometo que não será doloroso!—diz Belzebu agora a poucos metros de distância de mim. Me levanto , mas logo sou atingida por um rojo amarronzado que me faz dobrar de joelhos.Sentia uma dor insuportável. Meu corpo todo parecia ter tomado uma gigantesca descarga elétrica. Cada músculo meu parecia dormia não me obedecendo.
Não conseguia me mover. Estava virada de borco. Meu rosto sentia frieza daquele piso de mármore insensível.
--Onde você pensa que vai?—pergunta o desgraçado. Que faz um gesto de mão, murmurando-me uma palavra ininteligível.
Sou erguida do chão. Meu corpo rodopia, deixando-me avistar o teto do grande salão. Estava envolvida por uma aura amarela que fazia meu corpo todo formigar. Porém, minha levitação não dura durante muito tempo, pois logo sou devolvida a laje negra.
Eu e ele agora estávamos de frente. O carrasco e sua vitima. Rúbia e Belzebu. Uma reles demônio e o príncipe do inferno.
Não havia mais como lutar, não havia mais como resistir. Procuro erguer meus olhos na direção onde Rubie se encontrava, plantada ao lado do filhote anjo. Ela trazia nos olhos um sorriso de euforia.
Como fui tola... Nunca se deve acreditar na palavra de um demônio.
-- DESGRAÇADOSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!—é o que eu digo a eles. Nesse exato momento Belzebu, com uma fúria animalesca pula em cima de mim furando meu peito com a adaga do inferno.
Quando a lâmina penetrou minha carne tive a sensação de que ela quebrara meu corpo em vários pedaços como um cristal que acabasse de cair no chão. Estava sendo completamente fragmentada.
 Sentia o sangue humano quente vazando do meu corpo. A última coisa que vi, quando minhas vistas se apagavam, foi à cara de contentamento de Belzebu ao retirar a adaga de meu peito. Logo em seguida, minha audição ouvia-o ao longe pronunciar algumas palavras...
                                 ***
--CASTIGARE MORTUS INFERNU!!!—gritamos em uníssono com as espadas hasteadas na direção do firmamento. Era como se estivéssemos tendo um flashback de outros tempos.
O que acontecera logo após era quase que indescritível. O céu de repente é tomado por claridade fortíssima. O céu parecia desabar em nossas cabeças quando um raio gigantesco de cor azul corisca em direção de nossas espadas. O raio se partiu em seis outros fios de eletricidade atingindo em cheio nossas armas, que começam zumbiam com tal quantidade de energia. Elas luziam um azul claro.
--AGORA APONTEM NA DIREÇÃO DOS CONDENADOS!—ordena Rafael. E sem pensar apontamos na direção deles. Que vão sendo eliminados um por um por um pela aquela enorme descarga elétrica. Eles queimavam deixando no ar um cheiro horripilante. Quando atingidos eles eram levantados do chão e no ar eram atingidos pelo raio que o faziam em pó.
Em pouco tempo já havíamos nos livrado daquelas criaturas. O lugar estava totalmente limpo e livre de quaisquer condenados.
                                ***
--Onde estou?—pergunto como se alguém pudesse me responder naquele corredor escuro e ermo.
Estava na frente duma gigantesca porta de mogno. Havia bem no meio dela uma maçaneta feita de ouro muitíssimo reluzente. Será que eu estava morta?
Não, com certeza não estava... Pois eu podia ouvir uma voz:
“... Venha, filha das trevas
chegara o momento de  abrir a porta ao seu pai
venha, abra-a...”
Era uma voz sussurrante e insidiosa. Algo me dizia para não abri-la, contudo havia alguma coisa naquela voz que me arrastava na direção da maçaneta.
Quando dou por mim, minhas mãos estavam retorcendo a maçaneta. Que começou a esquentar bruscamente, até tal ponto que minha mão começou a queimar. Tentava retirá-la, mas não a conseguia, pois ela parecia grudada. Minha mão parecia que ia derreter-se quando a porta abre-se.
A voz tornara-se mais forte.
Uma intensa luz alaranjada sai de dentro dela. E de repente sou tragada para dentro daquele mar de luz. Meu corpo todo começou queimar.
 
CONTINUA


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

AVISO: NOVA SÉRIE E UM PEDIDO


 Olá, escassos leitores deste blog!

O ano já está em seu fim e gostaria de convocar vcs para me a ajudar a eleger uma nova série pro blog. Que como vocês perceberam já está acabando.

 Eis as opções do cardápio:

A HORA DOS LOBOS: uma série em que Carol, a personagem, principal se apaixona por um lobisomem e tem de fazer várias escolhas.

Ou:

SIMONE AYER-A CAÇA VAMPIROS: É a história de Simone uma pós-adolescente que odeia vampiros e os caça, onde eles estiverem. É um suspense/terror básico.

Para votar basta clicar na série que desejar na enquete no lado direito.
Abusando mais um pouco de vocês, gostaria que , se vocês puderem, indiquem o blog aquele seu amigo que ama ler. E também queria quem ainda não segue o blog, que, por favor, siga-o!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O ANJO CAÍDO (1ª Temp.) Cap.8


 
8. A Adaga do inferno, o seu sacrifício e os condenados.
Estava de joelhos a frente da lareira. Sentia o calor das chamas lamberem meu rosto e o suor escorrer pelas minhas têmporas e costas. Meu cabelo estava totalmente encharcado.
Não tinha como escapar.
Meus braços estavam soerguidos, presos por duas mãos gigantescas e inquebráveis de ossos. Como escapar duma armadilha que não afrouxa o aperto nem por um segundo?E, pensar que aquilo tudo era por minha culpa. Por que aceitei Rubie como parceira? Por que confiei em suas palavras? Em nosso pacto?
Agora sabia o verdadeiro significado daquela máxima: Nunca aposte a sua cabeça com o Diabo. No meu caso seria: Nunca aposte sua cabeça com um demônio, pois você pode tê-la decepada.
 Começo a rir.
--Por que ri demônio?—pergunta-me Belzebu que nessa hora estava em minha frente.
Desgraçado.
Se eu pudesse explodiria você, Rubie e seus capangas, mas meu peito arfava feito uma sanfona descompassada; meu coração parecia acompanhar o mesmo ritmo, incendiando minha estrutura. Seria o ódio fervendo de mim?Penso que sim.
Sorriso e pergunto:
--Então, o que vocês vão fazer comigo?
--O que você acha?
--Vão me mandar de volta pro inferno?—chuto.
--Não. É muito pior do que isso. Você vai morrer —diz-me ele com um sorrisinho descarado.
-- Como assim? Você passou pro outro lado Belzebu? Virou um alado?—pergunto sardônica. Ele me olha durante alguns segundos com os olhos em brasas e depois me desfere uma bofetada que me dá a sensação de ter a cabeça quase decepada. A mão dele era grande e fortíssima, parecia de ferro. Instantaneamente pude sentir meu rosto ferver como se houvessem jogado nele um prato de sopa quente.
--Nada disso sua tola. Possuo algo capaz de matar um demônio, mesmo não sendo uma arma fabricada por anjos. Possuo a adaga do inferno, arma criada por Lúcifer para destruir tanto anjos quanto demônios.
Ao dizer isso ele retira de dentro da jaqueta uma adaga em ouro incrustada por pequenos rubis, que rebrilhavam com o flamejar do fogo crepitante da grande lareira. Desembainha lentamente a adaga e roça-a em seu indicador furando-o fazendo quase imediatamente brotar uma gotícula vermelha e intensa de sangue qual deixa espatifar-se no chão.
--E o que você ganha com isso?
--Mil coisas. Uma delas é trazer Lúcifer de volta. E para tal ele precisa de um corpo e um sacrifício, que é você.
Engulo em seco.
Estava perdida.
                                                ***
Estávamos à frente da grande porta de entrada. Uma porta maciça e negra de madeira. Havia entalhado nela um círculo com inscrições que já me eram familiar. Aproximo-me dela e faço um gesto rápido e melífluo em forma de crucifixo. Espero alguns poucos segundos. A posta despedaça-se em triângulos.
Havia aprendido com Rafael.
Apesar de vários anos de experiência em campo de batalha eu desconhecia ainda algumas artimanhas feitas pelo povo do inferno. Eles eram muito engenhosos e habilidosos na arte de armar.
A lua prateada iluminava fortemente o postigo da antiga porta. Quando estava prestes a adentrar no hall de entrada escuro e silencioso, Rafael me segura firmemente pelo braço.
--Que foi?—pergunto.
No mesmo instante Miguel me indica o chão negro de mármore. Não via completamente nada. Para mim não havia completamente nada aonde meu irmão indicava. Vendo que não entendesse ele logo se prontifica para me explicar.
--Há outra armadilha ali, veja—diz ele tomando minha a frente. Retira da sua asa esquerda uma pena. Joga-a sobre o lugar que me mostrara momentos antes: a pena ao aterrissar no solo negro começa a queimar, até tornar-se cinzas.
Fico boquiaberto com a engenhosidade dos demônios.
-- Outro selo? Este era capaz de nos ferir?—pergunto curioso. Pois o selo que havíamos desativado outrora fazia com que, nós arcanjos, fossemos exorcizados. Pelo jeito aquele era uma armadilha muito pior e bem mais perigosa.
--Sim é outro selo. É perigoso. Não é capaz de nos matar ou nos exorcizar, mas este selo tem o poder de causar-nos queimaduras irreversíveis.
Rafael faz um gesto para Uriel, que assistia a tudo a certa distância, ele viesse. Ele aproxima-se da entrada da porta e desembainha sua espada dourada e reluzente. A brandi no ar proferindo certas palavras da época da grande batalha entre o céu e o inferno crivando-a no solo como uma força descomunal. O que causa um verdadeiro terremoto. A terra mexe-se durante uns segundos, espantando animais notívagos que se escondiam nas lúgubres árvores e arbustos do jardim maltratado que cercava aquela velha mansão abandonada.
Mas o espetáculo maios acontecia dentro da casa. É que se podiam ver agora vários selos arroxeados a cintilarem fortemente no chão. O formato era o mesmo do selo anterior só que, obviamente, havia alguns caracteres diferentes. As armadilhas mais de vinte (pelo menos até onde fora possível meus olhos contar) espalhavam-se para todos os lados.
--Vamos, agora podemos entrar... Mas tomem cuidado, poderá haver outras armadilhas... —alerta Rafael.
Aquilo pouco me importava! O que interessava era chegar onde Yzael estivesse e salvá-lo. O amor de pai que sentia pelo meu filho podia ser considera por alguns arcanjos, um verdadeiro sacrilégio, pois não estava nem um pouco ligando para a concha da criação. Pra mim ela era o de menos.
O que interessava era vida de meu filho.
Após ter saído do hall de entrada do casarão. Quando chegávamos perto dum longo e escuríssimo corredor, Rafael e meus irmãos arcanjos estacam ao mesmo tempo.
Rafael profere certas palavras que o significado não me eram inusitado.
--É o que estou pensando?—pergunto prevendo o que estava prestes a acontecer.
 --Sim, é— responde-me abaixando a cabeça.
--Saquem vossas espadas irmãos!—berro incentivando os meus consangüíneos retirarem da bainha suas espadas.
O que iríamos enfrentar era algo muito mais perigoso do que estes míseros selos que foram impostos para tentar retardar nosso avanço. Sou o primeiro a pisar no corredor.
Tinha de assumir meu papel como líder. Empunhava minha espada reluzente que iluminava todo o corredor com o seu brilho intenso e dourado.
Iniciamos a marcha pelo corredor quando vozes sussurrantes quebram o silêncio e um cheiro insuportável de pele queimada corta o ar. Parecia com o os tempos antigos. O tempo em que trancafiamos Lúcifer e sua horda das trevas.
Eu, Rafael e os outros, sabíamos muito bem do que se tratava e os riscos que corríamos.
Olho pro teto e constato o que havia previsto.
Sim, eram eles. Os condenados do inferno. A escoria da escoria de todos os seres existentes. As criaturas mais pérfidas que de todos os planos. Criaturas nascidas da inteligência maquiavélica de Lúcifer.
Aquela seria uma dura batalha de se vencer.
 
CONTINUA...


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O ANJO CAÍDO (1ª Temp.) Cap.7


                          7. Quando o pacto é quebrado.
--Isso é inconseqüência sua Miguel!—diz-me Rafael, meu irmão. Olho nos olhos de meus outros irmãos que também estavam ali e concluo que compartilhavam da mesma opinião da de Rafael. Mas eles queriam que eu fizesse o que? Matasse meu próprio filho? Isso eu nunca faria, mas de forma alguma. Apesar de temer meu Pai, não podia agir de tal forma. Isso iria contra meus princípios, ia contra o meu coração de pai.
--Eu não tive culpa... Yzael é... Yzael é meu filho... —digo.
--Como assim não teve culpa?Você deixara aquele filhote de arcanjo com humano ser pego por demônios! E isso não é ter culpa?E o pior de tudo foi você ser exorcizado por um demônio?!Um demônio enganara um arcanjo!—disse-me ele com a voz cheia de rancor. Em certos aspectos ele tinha razão. Eu poderia ter evitado tudo, porém, se eu houvesse matado Yzael, com certeza, me jogaria na primeira lança celestial que visse a minha frente.
Não agüentaria viver sabendo que matara um filho. Um ser que eu criara com amor e muito carinho. Uma pena a mãe dele não estará viva, pois se ela vivesse talvez Yzael não tivesse chegado aos extremos.
Olho para grade do grande portão dourado a minha frente. O lugar tinha uma aparência bastante mórbida, com aquela noite sem luar ou estrelas. Parecia que algo estava prestes a acontecer. Podia sentir isso, também no ar. Uma brisa morna, no entanto, cortante circulava deixando nossos cabelos revoltos. Algo aconteceria àquela noite. E não seria nada muito bom. Havia alguma coisa dentro de mim que me alertava.
--O que vamos fazer agora Rafael?
--Teremos de quebrar os selos que foram impostos ao redor da mansão. Essa parte será fácil de ser realizada, contudo, assim que adentrarmos o lugar teremos de ter muito cuidado. Há armadilhas por todos os lados como se fosse um genuíno campo minado.
Relanceio meu olhar para além da grade, para onde meu filho Yzael estava encerrado.
Tinha que fazer alguma coisa. Tinha de salvar meu filho.
                                   ***
Estava sentado no chão. Era inútil lutar.
Aquelas mãos eram invencíveis. Incansáveis. A concha dentro de meu bolso vibrava brandamente. Era como se ela tivesse criado vida própria.
A única coisa que podia fazer era assistir a tudo de camarote.
                                     ***
Assim que atravessávamos a uma grande e pesadíssima porta de madeira, para adentrar num salão de teto abobadado, no qual havia uma lareira que crepitava fervorosamente, Belzebu pergunta:
--É, esta Rubie?
Minha parceira não nenhuma palavra, apenas gesticulou com a cabeça em sinal afirmatório. Olho pra cara dela. Como se estivesse a perguntar com o olhar: O que ele quis dizer com isso?Se meus olhos fossem dotados dum poder de fulminação imediata, com certeza, a essa altura Rubie teria voltado pro inferno. Mas como não o possuísse eu me contentara em dar-lhe uma cotovelada na boca do estomago. Fora muito prazeroso vê-la fazer uma careta de dor.
--Por que você fez isso?—me pergunta ela, segurando o ventre com as duas mãos igual a uma mulher grávida que estava prestes a parir.
--Porque sim— respondo.
--Ei, garotas! Não briguem por mim, há Belzebu para as duas!—diz um dos príncipes do inferno, num tom de comediante decadente. Movo a cabeça mirando em vários lugares.
Estávamos num grande salão na onde havia móveis antigos, empoeirados e que cheiravam a mofo reunido a um canto da grande sala. A iluminação do lugar provinha duma lareira sibilante, atrás do trono em que se sentava Belzebu. Olhando atentamente para cadeira negra em que o príncipe das trevas se assentava pude perceber que em toda a estrutura do assento era lavrada por carrancas humanas em sofrimento, dor e agonia. Literalmente era algo muito infernal.
Viro parcialmente minha cabeça para trás. Ah, sim. Ali, estava o anjo. Estava abatido, taciturno. Parecia uma pomba que acabara de se ferir num espinheiro.
Solto um muxoxo.
Tanto trabalho para absolutamente nada. Tinha o claro desejo de voar em cima de Belzebu e estapeá-lo até a morte.
--Então, o que viemos fazer aqui?—por fim pergunto. Aquela história de segredos já estava me irritando!Boa coisa não era. Aquela história que me contara Rubie não me descera, não consegui digeri-la. Aquela narrativa estava me saindo muito estapafúrdia.
-- Rubie não lhe contara?—pergunta Belzebu.
-- A história que vocês vão se casar e que seremos promovidas de cargo no inferno?—respondo com outra pergunta.
--Isso. Mas há algo que ela não lhe contara, obviamente— afirma ele olhando pra Rubie que estava ao meu lado e não expressara nenhuma reação. 
-- E o que é então?Qual a parte que ela não me contara?—nesse momento pude sentir uma atmosfera tensa formar-se ao redor de minha companheira demônio. Ela tinha a face rígida como se estivesse quero conter algo que estivesse prestes a se libertar.
--Não... Belzebu deixe que eu... —disse ela num tom de voz súplice.
-Não! Deixe que eu conto... —responde Belzebu enérgico. Ele levanta-se do trono, em que estava sentado, e dirige-se a minha direção. Dou uma olhada em Rubie, que se afastara de mim, com a cabeça baixa, que pendia de culpa.
-- É o seguinte: assim, que trouxe Rubie juntamente com o filhote de anjo, propus a ela que unisse forças comigo. Prometi que seria minha princesa e com isso seria promovida de cargo no inferno. No início ela rejeitara um pouco a ideia dizendo que tinha um pacto a zelar, feito entre vocês duas, porém logo a ganância de demônio toca-lhe seu coração e...
--Mas espere aí. Ela não pode passar assim pro seu lado, ela tem um pacto comigo... —digo contrariado olhando de esguelha pra Rubie.
--Eu sei disso. E por isso, como príncipe das trevas, quebrei vosso pacto. Isso quer dizer que ela não tem mais nenhuma pendência contigo. Que pode passar pro meu lado— aquelas palavras me atingiram a face como s uma colméia raivosa me atacasse. O quê? Rubie me traíra? Bem, quanto à traição, isso não me pegara de surpresa, sabia que mais cedo ou mais tarde ela ocorreria, mas não dessa forma tão repentina e vil.
--E o que eu tenho haver com isso?
-- É que você faz parte do nosso pacto... —diz ele com ar de quem faz pouco caso do assunto e sinalizando com a mão a união dele com minha ex-parceira.
O quê? Como assim?
Nesse momento dois capachos de Belzebu se aproximam de mim me soerguendo pelos seus braços de ferros. Me Carregavam para perto da lareira. Busco os olhos de Rubie que me diz:
--Rúbia, desculpe, mas não é nada pessoal... —diz sorrindo.
O que eles iriam fazer comigo?Sempre soube que não podia confiar em Rubie!
                           ***
--Rafael, todos os selos foram destruídos. Podemos entrar agora—anuncia Uriel meu ir mão de cabelos negros e encaracolados e de olhos verdes folha.
Olho pro portão que se abre imediatamente.
Yzael, meu filho, seu já está indo.
 
CONTINUA
 



 

domingo, 9 de dezembro de 2012

O ANJO CAÍDO (1ª Temp.) Cap.6


                                    
                             6. À mercê de Belzebu

Assim que desperto, sinto uma dor insuportável tomar conta de minha cabeça. A sensação era de que ela estava prestes a explodir.
Droga! Por que fui confiar na palavra de Rubie?Podia ter trabalhado muito bem sozinha. Maldita a hora em que eu fora compactuar com ela. Agora estava aqui de pés e mãos atados por uma algema de ferro, inquebrável. Mas se Rubie está pensando que sairá impune dessa, ela está muito enganada. Ela não pode quebrar o nosso pacto. Se ela o fizer ela morrerá.
Olho em meu redor: estava numa espécie de sala em penumbra onde a única fonte de luz, eram duas velas bruxuleantes, em cima, do consolo da lareira que jazia apagada. As chamas das velas reluziam sombriamente no mármore negro. Podia vê-las bailar quando alguém irrompe pela porta a minha direita. Como num ato automático, meu pescoço vira-se pra ver quem era.
-- Olá, Rúbia, querida... Pensou que eu havia me esquecido de você? Hehehe... Ainda temos um acordo, não temos?—diz-me minha parceira com um sorriso cínico na boca. Ela teria muitas coisas pra explicar. A primeira delas seria de onde ela tirara aquela chave pra me libertar das algemas, que pelo que sei provinham do inferno?
Rubie aproxima-se atrás de mim e me liberta. E sem conseguir me conter pergunto:
--O que acontecera?
--Primeiro, vamos sair daqui, pois ainda é perigoso. Pode haver algum demônio por perto... —avisa-me. Ela sai pela porta e sigo de novo. Até quando aquele jogo de mestre mandou iria continuar?

                                     ***

Vou abrindo meus olhos e desta vez, me defronto com um rosto totalmente desconhecido. Ele me sorria um sorriso desdenhoso com um ar de superioridade.
Respiro fundo.
Cara esse negócio de ficar desmaiando a toda hora estava me irritando. Toda hora vinha uma luz branca e bum! Lá ia eu caindo no chão feito uma donzela indefesa. No entanto, no momento aquilo não me importava. O que me importava era descobrir quem era eu e se realmente (o que acreditava cada vez mais) eu era filho de um arcanjo além do mais de Miguel.
--Quem é vivo sempre acorda— diz-me um cara de cabelos roxos no estilo moicano. Aquela figura parecia ter saído dalgum pôster de banda de rock punk. Ele vestia uma bota de cano longo, uma calça jeans preta rasgada na altura dos joelhos e uma jaqueta da mesma cor que encobria uma camiseta vermelha que estampava o seguinte dizer: Não se preocupe o inferno é aqui e agora, então não esquente a cabeça.
Tento me erguer, mas algo me prendia ao chão. Olho pra baixo pra ver o que era. E por pouco não solto um berro. Havia dois pares de mãos cadavéricos impedindo-me de sair do lugar. Elas brotavam do chão de mármore negro. Mera menção que eu fazia de me mover, tornava-as fortes e tesas como aço.
Eu só podia estar sonhando. Tendo um péssimo pesadelo. Num instante fecho e abro os olhos. Fecho e abro novamente. Cara, não conseguia acreditar naquilo.
--Pensa em ir a algum lugar, Yzael?—diz o punk de rosto quadrado e sorriso falso.
--Quem é você? O que você quer?Onde estou?
--Ei, ei... Vai com calma, uma pergunta por vez... Estamos em uma velha mansão abandonada... Sou Belzebu um dos príncipes do inferno... E você tem algo que nos interessa...
Quando ele disse isso, levo minha mão sorrateiramente, ao bolso de minha jaqueta. Aliviado exprimo um ”Ufa!”. Ainda bem que eles não a pegaram. Ultimamente, eu mais me importava com a concha do que comigo mesmo. Era muito embaraçoso, aliás, tudo que me acontecera até agora era extremamente embaraçoso. Lidar com a descoberta de se u pai é um arcanjo e que um séquito de anjo quer acabar com a sua raça, não é nada simples.
-- O que é que eu tenho que interessa a vocês? –pergunto antevendo de imediato a resposta.
--Quando o mestre chegar, você descobrirá. Por ora fique aí quieto como um bom garoto ... —diz-me ele como se estivesse falando com um cãozinho. Tentava sair, mas a minha prisão de mãos cadavéricas não permitia.

                                  ***

--Ei, ei, ei... Para!Onde estamos indo Rubie?—pergunto a demônio que estaca a minha frente e fica me encarar. Estávamos num corredor de chão atapetado vermelho. O corredor era iluminado por vários archotes de chamas violetas. Chamas do inferno, obviamente.
--Tá. Vou te contar, mas se algo nos acontecer à culpa será toda sua!E vê se não me interrompa... —diz-me ela tentando jogar a culpa sobre meus ombros. E então ela inicia a sua narrativa:
 —“Eu havia conseguido mandar Miguel de volta pro céu, sem nenhum problema. Fiz um encanto de extração corpórea forçada ou comumente conhecida por exorcismo. Os seres humanos, sobretudo, os padres estão crentes que os únicos seres que podem ser mandados de volta pro seu local de origem, são só os demônios. Mas  se enganam plenamente. Arcanjos e afins também podem ser exorcizados. 
Bom, tudo estava correndo as mil maravilhas , quando, de repente, o maldito do Belzebu me aparece, paralisando-me. Mal tive tempo de reagir ou fazer alguma coisa. Caí estatelada feito uma estátua de mármore no chão.
Só fui recobrar a consciência momentos depois, num quarto em penumbra e empoeirado. E ainda estava meio grogue quando um dos súditos do príncipe do inferno aprece:
--Vamos, levante Príncipe Belzebu quer lhe falar... —disse ele me pegando bruscamente pelos braços que a essas alturas estavam algemados.
Prontamente sou levada a presença de vossa majestade.
--Ora, ora, ora... Vejam quem veio nos visitar? Rubie, a demônio mais atrevida de todo o inferno—diz ele num tom irônico. Ele fez um gesto para que o lacaio me soltasse.
Estávamos numa grande sala, onde ardia uma lareira gigantesca cuja luminosidade dava um ar sinistro a dois guardas que ladeavam Belzebu. Belzebu, o demônio punk, faz um sinal com o dedo indicador e tão logo meu corpo é arrojado, involuntariamente, a sua direção. Paro a poucos centímetros da boca de Belzebu. Ele fica me analisando como procurasse decidir o que fazer.
Então ele me diz:
--Você não tem medo de ser morta, não demônio?
Solto um riso frouxo e debochado:
--E quem é que vai me matar?
E depois de eu me questionar, ele me beija fervorosamente.”
--Então é só isso?—a vontade que sentia era a de rir até sentir cólicas na barriga. Principalmente na parte do: “fervorosamente.” Ela me encara e diz:
--Não querida, não foi só isso. Ele me prometera deixar-nos vivas e ainda por cima subiremos de posto.
--Você tem certeza?—pergunto desconfiada.
--Lógico. E em troca eu tenho que ser fiel a ele... —disse ela finalizando como risadinha irônica.
Não. Cara eu não acreditava no que ouvia. Rubie fiel? Isso era, com certeza, uma piada infame e de mau gosto. E, aliás, nenhum demônio é fiel. Isso é completamente irrealizável.
Mas ainda estava com uma pulga atrás da orelha:
--Nossa como você sabe se ele está dizendo a verdade?
--Ah, eu não sei... Fizemos um pacto. Agora vamos indo.
--Como assim um pacto?
--Mais tarde eu explico, mas agora vamos... —diz ela me puxando pelo braço. Menos cedo ou mais tarde eu iria descobrir. Ou eu não me chamaria Rúbia a demônio safira.

                                ***

A anta da Rúbia me pareceu um tanto desconfiada. Mas posso estar errada. O primordial seria que ela acreditasse nessa historieta que eu contei e qual eu omiti alguns fatos.
Pobrezita de minha companheira endiabrada. Hehehe.
Dou um sorriso.
Em breve, seria promovida. Poderia me tornar até uma princesa demônio.
Em minha consciência, solto milhares de fogos de artifício.

 

CONTINUA...