terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Sabá das Bruxas

O Sabá das bruxas




Uma vez a cada cem anos, as bruxas de todas as partes do mundo se reúnem para o Sabá.

-- Olá, Dora. Como tem passado? –disse a bruxa anelados cor de abóbora. Cumprimentava uma bruxa de rosto oval de cabelos pretos, lisos e gordurosos.
-- Vou bem, Melissa. O que você acha que vai ter de bom este século, Mel?
-- Penso que será uma festa maior e melhor do que aquela do século passado sabe?
-- Infelizmente, não pude vir... Teve o que de bom?—pergunta Dora, que não viera, pois tivera de cuidar de sua filha que adoecera. Havia contraído sarampo bem na véspera do Sabá.
-- No século passado fora o de sempre. Renovamos nossos votos com nossas varinhas mágicas. Bebemos um pouco de ambrósia, apostamos corridas de vassoura e por fim fizemos a oferenda.
--O que fora a oferenda?
-- Ah... Foi um cordeiro ladeado de por folhas e flores com aromas adocicados, sabe...? Rosas brancas, rosas roxas e dentre outras...
As bruxas conversavam montadas em cima de suas vassouras. O dia começava a descambar lá no horizonte, deixando o céu cor de laranja. Havia várias outras bruxas atrás de Dora e Melissa. Contabilizavam-se pelo menos, umas mil. Entre bruxas e feiticeiras. Tá vocês devem estar se perguntando qual a diferença entre bruxas e feiticeiras. Bom isso é muito fácil de ser explicado. Feiticeiras são bruxas de faculdades mágicas incompletas, isto é, o seu potencial mágico ainda não fora plenamente alcançado. É como se ela ainda estivesse em treino.
Já as bruxas têm suas faculdades mágicas totalmente completas. E é no dia do Sabá, que as bruxas como se formassem. Deixando de serem meras sibilas para se tornarem uma bruxa plena.
--Oi... é.. desculpe interromper moça...—dizia , timidamente,uma garota a Melissa— Aonde é que temos de ir...?
A moça parecia ter seus vinte anos. Era ruiva como sangue. Tinha olhos castanhos cor de madeira e sardas no rosto. Sorria patentemente para Melissa que lhe diz:
-- Bom está vendo aquela luz roxa, bem lá no centro do horizonte?— indicava a bruxa experiente. —Então, é pra lá, que temos que ir... Aquela luz na verdade é uma estrela de David, só nós bruxas ou feiticeiras enxergamos, pois nos serve de guia. Os humanos comuns não a enxergam e muito menos a nós.
-- Ah, tá... Brigada, então. —disse a menina com ares de que havia descobrido algo que sempre esteve em sua cara o tempo todo.
-- Ela deve ser novata, não?—diz Dora quando a bruxa de cabelos ruivos afastara-se de Melissa.
-- Muito provavelmente... Antigamente era muito pior... Não havia aquela estrela nos guiando... Tínhamos de encontrar o caminho por si só. Sem auxílio. Hoje em dia a juventude tem tudo muito mastigado.
-- Há quanto tempo você freqüenta o dia Sabático? – pergunta Dora interessada.
-- Bom, se eu estiver certa pelos menos uns cinco séculos em seguida. Obviamente descontando os outros em que eu era apenas uma simples feiticeira.
Melissa estava na casa dos quarenta. Margeava já, aos cinqüenta. Tinha uma beleza madura. Lábios finos e vermelhos e pele sardenta.
Enquanto Dora ainda estava na metade dos trinta. Podia-se dizer que era bonita. Tinha sombracelhas grossas e arqueadas que lhe atribuíam uma beleza selvagem, quase amazônica.
As duas haviam se conhecido há dois séculos mais ou menos. E desde então se tornaram amigas inseparáveis, já ambas moravam no Brasil e no mesmo estado. São Paulo.
O Sabá daquele século seria no Rio grande do Sul. Estado apropriadíssimo devido ao seu clima ameno.
-- Estamos se aproximando... Melhor a gente da uma guinada em nossas vassouras... —avisa Dora.
O sol já havia se derretido no horizonte. O firmamento estava negro salpicado de estrelas reluzentes. Contudo, não tão reluzente quanto aquela estrela de David que com o pôr - do- sol começa a rebrilhar com maior intensidade como se fosse um farol.
                               ***
As bruxas aportavam com suas vassouras em uma clareira, onde queimava em seu centro uma imensa fogueira de chamas das mais variadas cores—verdes, azuis, amarelas, roxas...
--Enfim, chegamos... —pronuncia-se Dora. Melissa estava a seu lado.
-- Caramba!Isto aqui está uma beleza...
Realmente, o lugar estava uma beleza. Um grande caldeirão feito de ouro ardia numa fogueira um pouco menor do que aquela das labaredas multicolores. Havia borboletas prateadas volitantes, corvos com penas de esmeralda, rubi e ametista empoleirados, expectantes nos galhos das árvores. Quando s e olhava diretamente para a abóboda celeste era possível ver camas fabricadas de teias de aranhas luzirem como se fossem fios tênues de prata.
-- Neste ano eles se superaram. —fala Dora exultante.
-- Sem sombras de dúvidas...
-- É melhor, nós nos aproximamos do caldeirão, pois já será dado início ao ritual de renovação dos votos das varinhas...
As duas bruxas foram umas das primeiras a chegarem à fila indiana quilométrica. Fila cuja essa, rodeava em caracol pela clareira.
                                ***
Pronto.
Chegara à vez de Dora. Pega a sua varinha feita de jambo. Escuríssima, com desenhos de faunos entalhados nela e joga-a no enorme caldeirão. Para tal as bruxas tinham de ir voando em suas vassouras. Daquele ritual só participavam mesmo as bruxas plenas.
As feiticeiras iriam participar de outro ritual. Que lhes descreverei a seguir.
Logo após de todas as bruxas depositarem suas varinhas no caldeirão eis que esse é incendiado. Lembra-se, daquela fogueira de centelhas coloridas? Esta se transforma num verdadeiro furacão de fogo que ao chegarão caldeirão derrete-o. E o mais legal de tudo é que após de o caldeirão derreter e o furacão de chamas de se extinto as varinhas retornam as mão estendidas de suas donas.
                                    ***
O ritual de iniciação baseava-se num banho em que elas receberiam nuas, um preparado de mel com pétalas de flores e ervas secretas. Tudo no Sabá era executado por bruxas senis.
Experientes.
Depois disso, suas varinhas eram consumidas num caldeirão de prata menor do que aquele, para depois elas retornarem a posse de suas donas.
E logo após a estas maratonas de rituais as bruxas comemoram bebendo ambrósia. Um suco de textura como mel, doce como o açúcar e muitíssimo inebriante.


O Sabá das bruxas
Ao final de tudo joga-se na fogueira um cordeiro totalmente preparado em ervas e flores que em contato com as chamas depreendiam no ar agradáveis cheiros. E assim iniciava-se o voo de retorno das bruxas. Pronto. Aí, podia-se dar como encerrado o Sabá das bruxas.


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6 comentários:

  1. Oi! Adorei o episódio, mas, ele está vinculado com outros contos? :S
    Me perdi um pouco '-'

    beijos

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    1. Dressa este á apenas um conto. Não tem haver com a série Selena.

      Muito Obrigado por comentar!

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  2. Olá eu fiquei imaginando que ia ser de terror mas foi bem leve, continue escrevendo, a pratica leva a perfeição.

    bjos

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    1. Pçá. Taty na verade este conto é de fantasia é que esqueci de colocar a etiqueta de fantasia.Em suma, obrigado por opinar volte sempre!

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  3. Olá amigo, recebi seu convite e aqui estou.
    Gostei muito do seu texto - conto!
    Tanto que repassei na CASA DA BRUXA JADE FÊNIX agora mesmo.
    Que as divindades continuem a te iluminar todos os dias.
    Boas energias direcionadas em seu viver e em seu sucesso,
    BRUXA JADE FÊNIX

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    1. Que assim seja!Acabei de ver, ficou demais!E obrigado, viu?
      Bjos!

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